sexta-feira, julho 28, 2006

josy na rua das pedras

josy está na casa de sua tia, passando as férias de verão, na cidade em que nasceu. gosta de ficar longas horas sentada no jardim - que de paradisíaco não tem nada - com o rosto queimando ao sol, lendo livros que pegou emprestados de amigos antes de viajar. no momento está na página 37 de alta fidelidade, sentindo-se o próprio rob: gosta de sofrer com os persongens. entra no clima porque sabe que sua vida sem os livros não é nada; sente que não pode viver emoções consigo mesma. decide viver sua ausência. vai ao banheiro do andar de baixo da casa, em um momento em que sabe que todos estão distraídos. o banheiro do andar de baixo não tem janelas e é revestido de azulejos escuros e ásperos: entra lá e se tranca. nos primeiros momentos não sabe exatamente o que fazer, mas à medida que o tempo passa, se acostuma com a ausência de vida dentro daquele espaço e passa a viver a morte. não saberia explicar se era isso exatamente o que estava vivendo - viver a morte, hahaha - mas a primeira idéia que lhe veio foi essa mesma: a experiência era de uma intensidade nunca vista anteriormente. depois de uma hora, deu-se conta que o que estava acontecendo nada tinha de mórbido; estava entrando em contato consigo mesma pela primeira vez. talvez não pela primeira vez, mas nunca sentira isso conscientemente. estava agachada, encolhida, em posição extremamente fetal, com a cabeça entre os joelhos. de vez em quando escorriam algumas lágrimas de seus olhos - angústia de ver como era; medo de nunca conseguir mudar nenhum detalhezinho daquele mosaico monstruoso.noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc noc
josy tem medo de sua vida acabar, por isso ela deixa todos seus texto por acabar. boa noite.

2 comentários:

Unknown disse...

não morra, josy darling! são os meus votos sinceros.

Unknown disse...

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