sexta-feira, junho 16, 2006

mente promíscua

saio da aula de francês com sono: a professora não parou de me encarar com seus olhos penetrantes por várias horas e todo o ambiente colorido, cheio de cartazes de propaganda de cerveja, não deixou de invadir meus pensamentos por todo esse tempo. nem nos momentos em que adelaide ia buscar meus pedidos no balcão ela me deixava em paz, parece ser uma mulher com milhões de olhos, que conseguem ver qualquer coisa num raio de 5 metros. chegando ao portão dos fundos, percebo que carol pôs meus cigarros dentro do meu bolso, e que só 4 ainda estão dentro da carteira; talvez seja essa a explicação para meu cansaço.
quando olho para o estacionamento, vejo que minha carroça não está lá - isso significa que vou ter que ir a pé. vou pulando como se fosse o super mário e chego ao meu destino: a franco-suíça, que fica localizada exatamente sobre a divisa de curitiba com pinhais. não me espanto com o fato de apenas alguns minutos terem se passado e já ter escurecido; é algo bastante óbvio, assim como o fato de estar nevando no terraço do meu quarto do hotel. o hotel, aliás, se chama ville swisse, mas isso não está escrito em nenhuma parte de todo o estabelecimento - à vista estão sempre só as iniciais. quando piso no terceiro degrau da escada de madeira escura, meu telefone toca e é gabriel dizendo que tudo foi meio estranho. eu penso nele com em uma criança de mais ou menos 12 anos, loirinha e de cabelo curto, parecida com hansel, mas um pouco mais máscula. eu fico constrangida por estar acompanhada de várias pessoas mais velhas e fujo, indo direto para o andar de cima, onde um pequeno vulto me indica o quarto que será o meu. saio de meias para continuar conversando no meio da neve e de repente recebo uma visita. trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes trompetes. volto e visto as roupas bonitas que estão na arara do cômodo e que têm um ar de proibidas por não serem minhas. quando estou pronta, entro no meu carro, que pôr coincidência é o da minha mãe em cor prateada, e dirijo até a padaria que não fecha nunca. lá, hansel entra no carro e junto com alguns folhetos, me dá um beijo sorridente. depois de uma risada, tenho a impressão de que vamos até o fim da rua, que não chega nunca e que se parece com qualquer clipe do boy least likely to - o que ele realmente é.

2 comentários:

Unknown disse...

olha com que despudor divertido a senhora se sai!
adorei os trompetes. tanto que roubarei alguns muito em breve.
voltamos às atividades mais sombrios que nunca, vê lá!

Álvaro disse...

isso era um sonho? porque não é certo dar méritos a pessoas que escrevem sonhos!