sexta-feira, maio 12, 2006

gotta get a hold of myself

um açucareiro de vidro marrom. não é exatamente um açucareiro, é um pote daqueles que se imaginam na casa da vó, grande, com uma tampa de cortiça, uma rolha enorme. o pote está cheio até a boca, que é mais estreita que o resto e não deixa certas colheres, aquelas que se escolhe nos momentos mais desesperados, passarem. nunca encontrei açúcar cristal dentro desse pote nostálgico; só refinado, e de certa maneira isso me deixa feliz, porque açúcar cristal só é bom para esfoliar a pele e não gostaria de encontrar cosméticos no meio dos meus comes e bebes. o recipiente, que não é voador, se encontra no meio de vários outros, iguais exceto pela inscrição em letra cursiva com tinta branca: Zucker, Reis, Salz, Müsli. há também o fato de ele ser o único dos potes em qual encosto, nunca peguei arroz dali ou mesmo aveia. as outras coisas eu sempre pego direto do pacote, no armário ao lado da geladeira. aquele armário de madeira clarinha, mas não branca, que parece ser de plático revestido de papel contact falso. mas o objeto aqui é o pote de açúcar e não a cozinha pré-fabricada todeschini. há potes igual a esse na casa dos meus tios na alemanha. isso me fazer acreditar que eles são de lá e faziam parte da casa do meu pai quando ele ainda era casado com minha tia. o pote em haburgo tem café dentro e tem uma inscrição também, mas a de lá e escrita em arial 13 no computador, impressa em papel clorado e colada com durex largo. acho os dois tipos de inscrição feios, mas não saberia fazer melhor. na minha casa, fico incomodada quando o pote está no lugar errado. o lugar certo é entre os outros quatro, na segunda posição vendo a partir do fogão; antes dele vem o sal. não sei exatamente por que não fico à vontade quando o pote está em cima do balcão do armário de madeira falsa, porque sinceramente não o uso muito. o único momento em que preciso do açúcar é quando vou adocar o chá da noite, todos os dias. e nesse momento nunca estou com pressa; deve, aliás, ser um dos poucos momentos do dia em que posso me dar ao direito de demorar infinitamente. mas o pote. ele não tem nada de especial, mas se eu tivesse que falar de alguma coisa na minha cozinha, falaria dele.

3 comentários:

Unknown disse...

o pote de açúcar é definitivamente especial (foi o único em que eu toquei até hoje), mas o "reis" tem lá seu charme. pelo menos para o meu entendimento português.

Unknown disse...

hahah, não era minha intenção soar arrogante com o comentário sobre o pote de açúcar! yigu yigu.

Álvaro disse...

hahahahaha eu adorei o comentário do tis, e tenho medo do que vai resultar esse meu comentário como usuário COMPULSÓRIAMENTE logado no blogger.com por sua determinação.